Bacon no Secco anda?

Eu devia ter uns 20 anos e estava na Chaika (ai, que saudade!) quando a Deborah Secco senta à mesa ao lado, mesma faixa etária. Traçou uma pizza com Coca-Cola e ainda pediu um daqueles sundaes enormes de sobremesa. Eu sei que aos 20 anos a história é outra. Eu poderia comer isso todos os dias e nada de engordar. Ela, provavelmente, também.

Uns anos depois, uma personagem da Secco em uma novela (não me pergunte qual) vira e fala: “chega um momento da vida em que a gente tem de escolher entre ser magra ou ser feliz”. Até hoje uso essa frase em momentos de desespero. Não que eu acredite realmente nisso. Acho que dá pra equilibrar doses de felicidade em forma da carboidrato e açúcar com ser magra e saudável e, no fim das contas, ser feliz. Eu só não consegui ainda, mas é possível.

Lendo a entrevista à Glamour em que a atriz fala sobre a dieta, eu pensei em algumas coisas: 1. Ela nunca saiu daquela personagem e aquela frase a marcou mais do que a mim; 2. Eu perdi a chance de registrar um momento raro do jornalismo-Ego. Hoje em dia, deve ser mais difícil flagrar Secco comendo carboidratos do que nuvens lenticulares ou halos. 3. Ela mentiu descaradamente e daqui a pouco vai aparecer e dizer que “rá, pegadinha do Malandro”; 4. Ela precisa de uma intervenção. Amigos? Família? Cadê?

Vamos aos mais horripilantes momentos:

“Chama-se jejum intermitente. Foi prescrita pela minha nutricionista, a Fernanda Muller, quando eu estava com seis meses de gravidez. Você só pode comer quando tem fome”.

Eu quero dar o benefício da dúvida para essa nutricionista. Nutrição não é minha especialidade e sabemos que no Brasil o problema de compreensão de texto é realmente sério. Apenas 8% da população têm plenas condições de compreender o que está sendo dito. Então pode ser que a Deborah Secco esteja nos 92% restantes e a coitada da nutricionista não tem culpa. Afinal, falar para uma grávida “comer quando se tem fome” não necessariamente significa ficar um dia inteiro sem comer.

Isso. Um dia. Inteiro. Ou quase. Olha só o que Dedé falou:

“Quando eu chegava no estágio de fome, comia seis bifes com queijo, quatro ovos, bacon… daí só sentia fome 10 horas depois. Quando quis secar, cheguei a comer de 23 em 23 horas! É possível”.

 AMIGA, PARA! Se você precisou comer SEIS bifes, QUATRO ovos, bacon e queijo… é porque você já estava morrendo de inanição! Ou então participando de um daqueles concursos de caipiras americanos “quem comer mais cachorro-quente em 50 minutos leva o prêmio!”E eu realmente não consigo aceitar que uma nutricionista falou para uma mulher grávida que comer de 23h em 23h fosse algo bom!

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“Aí a gente fica 23 horas sem comer e depois come até a embalagem”

“E ela tem a teoria de que nada industrializado é bom. “

Ok, ponto pra nutricionista aí. Nada industrializado é bom. Fato. Essa parte parece que você entendeu, Dona Deborah.

“Coma bacon, mas tem que ser vivo. Iogurte desnatado não é vivo, não come”.

Agora eu não consigo tirar da minha mente a imagem do Babe, aquele porquinho rosa fofo do filme, gritando e tentando se livrar de Deborah Secco, que o está devorando vivo. Afinal, gente, ela está HÁ 23 HORAS SEM COMER! Não é de se espantar que ela realmente coma um animal vivo. E vocês condenando o pobre do Hilbert, que teve o bom coração de matar e cozinhar o animal antes.

“Finja-se de morto! É o jeito!”

Atualização:  Eu imagino que bacon vivo seja não processado. Mas quem inventou que usar o termo “vivo” para falar de carnes tava de boa? “Eu só como hambúrguer vivo”. Tipo, o do mc donald’s tá morto, os gourmets são vivos, é isso? Não adianta. Bacon vivo pra mim é fofo, rosa e faz oinc oinc. 

Você só pode comer quando tem fome. Essa é a regra número um. Tem que se perguntar: Eu comeria a pior comida do mundo agora? Se sim, é porque estou realmente com fome, e não com vontade de comer.” 

Voltamos à frase “chega um momento da vida em que a gente tem de escolher entre ser magra ou ser feliz” e, Debinha, uma lágrima quase escorreu aqui, você não é feliz.

“Eu como bacon todos os dias, por exemplo. Pode comer queijo e ovos. A gordura e a proteína saciam por muito mais tempo.” 

Ok, blá blá blá, ingerimos muito carboidrato pobre, a redução dele é saudável e emagrece, e aí tem a tal dieta da proteína, da moda e tal, e realmente funciona se você quer emagrecer rápido. Mas, até onde sei, e meu conhecimento de nutrição é limitado, ninguém recomenda só comer gorduras e folhas por muito tempo. E, mesmo assim, não sei se alguém que trabalhe com saúde recomende uma dieta da proteína com bacon todos os dias. “Não, não precisa ser carne magra, não! Que peixe, o quê! Pode comer bacon, linguiça, salaminho todos os dias! Com um grana padano pra acompanhar então fica ótimo!” e aí neste momento a nutricionista abre uma cervejinha e aparece com uns ovos coloridos na sua frente. Consegue imaginar a cena? Pois é. Nem eu.

“Quando estou com muita fome, com vontade de comer pizza, por exemplo, eu como brócolis, queijo e bacon.”

AMIGA, liberte-se! SEJA FELIZ! Come logo a pizza! Não é possível que queijo e bacon sejam substitutos recomendados da pizza! Eu já te vi comendo pizza! E você era magra e linda e era feliz!

 

A louca da chia

Logo que comecei a dieta fui apelidada de “a louca da chia”, porque fiquei tão encantada com o poder de saciar dessas sementes que colocava em tudo que comia. Fui pesquisar sobre a chia e descobri que suas sementes são formadas por fibras solúveis que formam um composto gelatinoso tornando a digestão mais lenta. Menos fome, menos comida, menos peso. Mas basta digitar “benefícios da chia” no navegador para descobrir que seu poder vai bem além de promover a saciedade. Rico em ômega 3, cálcio, proteína, ferro, potássio e antioxidantes, só para citar algumas de suas propriedades, a semente de chia cai na categoria de “superalimentos”, daqueles que temos de abraçar e consumir todos os dias pelo resto de nossas vidas. Então fiz esse gráfico abaixo só para listar alguns dos motivos para consumir chia forever and ever:

chia

 

OBS: Isso significa que não precisamos mais comer salmão? Não é bem assim. A comparação é grama por grama. E, como chia são sementes bem levinhas, obviamente você não vai consumir a mesma quantidade de chia e de filé de peixe. Uma colher de sopa de chia tem em média 10 gramas, que são 54 calorias. Então cuidado ao se tornar #aloucadachia que nem eu ou o efeito pode ser contrário. Conforme andei lendo por aí, a recomendação diária é de 3 colheres de sopa. Mas vale consultar seu/sua nutri para saber o quanto você pode consumir.

OBS 2: Um jeito fácil de consumir é misturar na salada de frutas ou iogurte. Mas tem umas receitinhas poderosas com as sementes e em breve eu compartilho aqui! 😉

Smoothie delícia

Smoothie

E aí que a minha dieta líquida (sim, o negócio ficou tão feio que agora tenho não um, mas DOIS dias na semana só de líquidos)também tem seu lado bom. E ele vem em forma de um delicioso smoothie de banana com cacau. Confira a receita (ridícula de fazer) abaixo:

INGREDIENTES:

  1. 2 bananas cortadas
  2. 200 ml de água
  3. 1 colher de sopa de cacau em pó

MODO DE FAZER

  • Corte a banana em rodelas e congele-as (mínimo de 4 horas no congelador)
  • Jogue tudo no liquidificador (banana congelada, água e cacau)
  • Bata  tudo e…nossa. Sério. É muito bom.

Obs: Para o dia da dieta líquida, minha nutri passou para eu fazer com apenas uma banana. Mas acho pouco, muito pouco. Então estou recomendando a receita dobrada. Vocês não precisam sofrer como eu.

VARIAÇÃO GORDA:  em vez de água, experimente com leite de amêndoas ou de arroz. Continua saudável e light.

VARIAÇÃO AINDA MAIS GORDA: batido com uma paçoquita diet fica show.